História Política do Egito Antigo
AndressaVannuccini
22/03/2024, 14:21
Política do Egito Antigo: Uma História de Centralização e Descentralização
A Era dos Nomos: O Surgimento das Comunidades Descentralizadas
O Egito Antigo, localizado na região nordeste do continente africano, foi uma civilização que floresceu graças à fertilidade de suas terras e à disponibilidade de recursos hídricos oferecidos pelo Rio Nilo. Essas condições favoráveis de vida na região foram responsáveis pelo crescimento da população, que logo passou a se organizar em diversas comunidades descentralizadas chamadas nomos.
A Unificação do Alto e Baixo Egito: O Antigo Império
O crescimento da sociedade ao longo do Rio Nilo estabeleceu, em 3.500 a.C., a criação de dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. Durante o reinado de Menés, faraó do Alto Egito, ocorreu um processo de unificação em que ele subordinou todos os nomarcas do Egito sob seu comando. Assim, foi estabelecido o primeiro período da era dinástica do Egito: o Antigo Império, que se estendeu de 3200 a.C. até 2300 a.C.
A Monarquia Centralizada e a Obrigação do Trabalho
Sob o comando do faraó, o Egito tornou-se uma monarquia centralizada, em que os súditos eram subordinados ao poder do monarca. Os egípcios eram obrigados a trabalhar nas lavouras, construções e obras administradas pelo governo do faraó. Essa centralização política, no entanto, era constantemente questionada pelos nomarcas, líderes supremos dos nomos.
A Descentralização do Poder Político
Após um longo período de estabilidade, a pressão dos nomarcas acabou descentralizando o poder político em 2200 a.C. A unificação política do Egito foi retomada no final do século XXI a.C., sob o faraó Mentuhotep, que transferiu a capital para a cidade de Tebas e reimplantou a centralização governamental e o sistema de servidão coletiva.
A Invasão dos Hicsos e a Reconquista do Poder
No século XVII a.C., o faraó Amósis I organizou uma mobilização de egípcios contra o predomínio dos hicsos, que haviam invadido o Egito em 1630 a.C. Após um longo período de dominação, os egípcios conseguiram reconquistar o poder e expandir seus domínios territoriais, subordinando também os hebreus.
O Auge do Poder Faraônico e a Expansão Territorial
No governo de Tutmés III, os egípcios conquistaram regiões do Sudão e da Mesopotâmia, alcançando o auge do poderio da autoridade faraônica. Nessa época, o Egito desfrutava de uma grande disponibilidade de terras férteis, rebanhos e trabalhadores.
A Mudança Religiosa e a Descentralização do Poder
No governo de Amenófis IV, o faraó impôs a desestruturação da prática religiosa politeísta em favor da adoração única e exclusiva do deus Aton. Após sua morte, seu filho Tutancâmon aboliu a prática monoteísta. O Egito viveu um novo processo de expansão territorial sob o governo de Ramsés II, mas acabou sofrendo um novo processo de descentralização por volta de 1100 a.C.
O Renascimento Saíta e a Centralização do Governo
O enfraquecimento militar decorrente da separação territorial possibilitou a invasão dos assírios em 662 a.C. Em resposta, o faraó Psamético I realizou um novo processo de centralização do governo egípcio, conhecido como Renascimento Saíta. Esse período foi marcado pelo amplo desenvolvimento das práticas comerciais entre os egípcios.
O Legado Político do Egito Antigo
A história política do Egito Antigo é marcada por períodos de centralização e descentralização do poder. A unificação política e a centralização governamental permitiram ao Egito alcançar seu auge de poder e expansão territorial. No entanto, as pressões dos nomarcas e as invasões estrangeiras levaram à descentralização do poder político. O legado político do Egito Antigo influenciou não apenas as civilizações subsequentes no Egito, mas também teve impacto na história política global.
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